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As Vítimas Algozes

Autor: Joaquim Manoel Macedo

Publicado em: 1869

Diferente da maioria das obras abolicionistas, As Vítimas Algozes expõe três contos onde o negro se torna o carrasco, causando o sofrimento do seu senhor. Porém ao contrário do que se pode parecer, o autor deixa bem claro que todas as cruéis atitudes praticadas pelos escravos são consequências da escravidão e da exclusão social sofrida pelo negro.

No primeiro conto, Joaquim Macedo nos apresenta Simeão um negro filho de escravos, cuja mãe foi ama de leite na casa de seus senhores. Após a morte de sua mãe, Simeão passou a ser tratado como filho adotivo dos seus senhores, Domingos Caetano e Angélica. Vivia bem vestido, calçado, tinha as refeições dentro da casa dos senhores, era praticamente um homem livre, mas não conhecia de fato a liberdade. Conforme ele ia crescendo, sua condição de escravo ficava cada vez mais evidente. Ao completar 19 anos, o escravo foi flagrado por Florinda, filha dos senhores, numa tentativa de roubo. Após ficar sabendo do ocorrido, Domingos fica enfurecido e pela primeira vez castiga o escravo, que passa a ter um grande ódio de seus senhores.

A segunda narrativa, é focado em Pai-Raiol, um feiticeiro cujos senhores eram Paulo Borges e Teresa. O escravo é descrito como “negro feio e desfigurado por moléstias ou castigos”, possuía má fama, sempre causava confusões e era suspeito de assassinatos. Pai-Raiol vivia um relacionamento com Esméria, outra escrava, que devido a sua boa aparência, foi chamada por Teresa para cumprir os trabalhos domésticos. Porém, Esméria não era realmente a escrava boa e dedicada que demonstrava ser, na verdade, ela era dissimulada e egoísta. Devido ao medo que sentia de Pai-Raiol, a escrava passou a obedece-lo e em certo ponto da história passa a seduzir Paulo, que mesmo apaixonado por Teresa, não resiste aos encantos da moça que aos poucos vai destruindo toda a sua família.

O terceiro e último conto, retrata a história de Lucinda, uma escrava que ao completar 12 anos foi dada como “presente” a Cândida, uma bela e ingênua criança de 11 anos. Devido ao fato de que Cândida havia perdido sua ama-de-leite, Joana, a quem considerava como segunda mãe e à primeira vista, a mucama Lucinda, pareceu ser a companhia perfeita. Porém, ao contrário do que se esperava, a negra escrava torna-se uma péssima influência para a garota, que tem sua inocência corrompida. Lucinda, que já conhecia a vida como de uma mulher, conta para sua senhora o que deve acontecer para que uma menina torne-se moça, o que desperta nela o interesse por rapazes. Em um ponto da história, com a decorrência de alguns anos, aparece Souvanel, um francês que se torna amante da mucama e professor de Cândida. Juntos, Lucinda e Souvanel, armam um plano para que ele conquiste a moça e case-se com ela. Souvanel conquista Cândida e tira sua virgindade, engravidando-a. 

    Cultura de Raiz          2º ano A - Colégio Montessori         Cruz das Almas- Bahia

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